O clima na sala parecia ter mudado completamente. O som da televisão ainda ecoava, repetindo as mesmas imagens da notícia, mas ninguém prestava mais atenção. Ethan apenas colocou as mãos nos bolsos, indiferente.
Sem dizer uma palavra, começou a caminhar em direção à mesa de café, assobiando uma melodia baixa, quase alegre. O som soava deslocado demais para o momento.
Miguel, Lia e eu nos entreolhamos, incrédulos. Ethan passou por nós com a mesma tranquilidade de quem acabara de acordar de um bom sonho, e não de quem ouvira sobre a morte de um desembargador influente, o pai de Caetano, alguém ligado a tudo o que ele mais queria deixar para trás.
James ficou de pé, observando a cena com a sobrancelha arqueada.
JAMES: O que foi? Não olhem para mim... Dessa vez eu não tenho culpa! Sou inocente.
Ethan soltou um breve riso, pegando uma uva da fruteira antes de se sentar.
ETHAN: Que reputação horrível, cara. Está mal visto diante dos seus amigos.
Ele falou com um tom leve, quase zombe