Sentei no colo dele, tentando segurar as lágrimas, mas quanto mais tentava, mais minha garganta parecia se fechar. Ethan segurava firme minhas mãos, o olhar intenso, esperando que eu continuasse.
“Meu pai… ele sempre foi autoritário, mandão, agressivo. Cresci com medo dele. Eu nunca desobedeci, fazia tudo exatamente como ele mandava só para não sofrer.”
Vi os olhos de Ethan se estreitarem, mas continuei.
“Ele nunca encostou a mão em mim… mas com minha mãe…”
A voz falhou. Engoli em seco e as lágrimas vieram sem controle.
“Teve uma noite, ele voltou da farra… bêbado. Mandou minha mãe levantar da cama para aquecer comida. Ela demorou alguns minutos para sair do quarto. Sabe o que ele fez?”
Ethan apenas balançou a cabeça, os músculos do maxilar contraídos, como se estivesse se preparando para o que ouviria.
“Ele entrou, pegou ela pelo braço e a jogou no chão e socou o rosto dela. Eu ouvi os gemidos do quarto, mas só tinha dez anos… Desde aquele dia… ela nunca mais sorriu. Tem ve