O sol já entrava preguiçoso pelas cortinas quando abri os olhos e vi Ethan ao meu lado, o cabelo bagunçado e o semblante tranquilo, uma raridade.
O som distante da cidade parecia não nos alcançar ali dentro, era como se o mundo tivesse parado, só para nos dar alguns minutos de trégua.
Ethan estava deitado, com um braço sob a cabeça e o outro estendido sobre o lençol, me observando em silêncio. O olhar dele era calmo, quase terno, mas com aquela intensidade que sempre me desmontava por dentro.
Quando percebi que ele não piscava havia algum tempo, sorri.
“ Vai ficar me encarando assim até eu derreter?”
ETHAN: Se for preciso, para você ficar mais tempo aqui… então sim.
A voz dele veio baixa, rouca, cheia daquela sinceridade que não precisava de explicações. Me aproximei devagar e deitei a cabeça em seu peito. O coração dele batia firme, compassado, e por um instante, tudo pareceu fazer sentido.
ETHAN: Sabe o que é estranho?
“O quê?”
ETHAN: A paz. Eu nunca soube o que er