As noites de Elisa tinham voltado a ser inquietas. Desde que Orion entrara em cena, revelando cada passo escondido de Sophia, o silêncio da casa parecia mais pesado, como se a própria escuridão fosse cúmplice da inimiga. Elisa tentava manter-se firme, mas em seu coração crescia uma sensação incômoda: Sophia não ficaria parada.
E, de fato, não ficou.
Na manhã de uma terça-feira ensolarada, Elisa se dirigiu até a varanda com os gêmeos no colo. O vento suave batia em seus cabelos, e por um momento ela quase esqueceu da guerra que se travava nas sombras. Mas a ilusão durou pouco.
Sobre a mesa, repousava um envelope preto. Nenhum funcionário da mansão sabia explicar como aquilo havia aparecido ali.
Elisa sentiu o coração disparar. Com mãos trêmulas, abriu o envelope. Dentro, havia apenas uma fotografia. Nela, os gêmeos dormiam em seus berços. O detalhe que fez Elisa perder o fôlego foi a marca de um batom vermelho na moldura da imagem, desenhada em forma de beijo.
Ela deixou a fotografia e