O silêncio no quarto era denso, apenas quebrado pelo respirar compassado dos gêmeos no berço ao lado. Eduardo observava Elisa com os olhos cansados, mas atentos. A mulher que ele via diante de si já não era a mesma que ele conhecera anos atrás, tímida e submissa. Agora, diante de todas as provações, Elisa parecia envolta por uma aura de força, um fogo nos olhos que chamava sua atenção mais do que qualquer palavra.

Não podemos esperar mais, Eduardo ... disse ela, num tom firme que surpreendeu até a si mesma. A cada dia que passa, Sophia avança. E se não reagirmos agora, será tarde.

Eduardo passou a mão pelo cabelo, respirando fundo. Eu sei. Só que não podemos cometer erros, Elisa. Ela é astuta, calculista… e se movimenta como uma sombra.

Então vamos trazer luz ... respondeu Elisa, encarando-o com determinação. Eu conheço alguém que pode nos ajudar.

Eduardo arqueou as sobrancelhas. Quem?

Ela hesitou por um instante, lembrando-se do passado, de quando, sufocada pela manipulação