A madrugada no Rio parecia carregar um silêncio pesado, como se até o vento tivesse medo de soprar. Eduardo observava o galpão abandonado da Zona Norte com os olhos fixos, cada músculo do corpo em alerta. Ao seu lado, Cecília tremia discretamente, mas mantinha a expressão firme.
O detetive Sérgio apontava o mapa da região, iluminado pela lanterna baixa.
Há duas entradas principais ... disse, a voz baixa, quase um sussurro. Um portão lateral e a entrada dos fundos. Câmeras improvisadas, provavelmente operadas por capangas dela. Já acionamos a equipe tática da polícia. Precisamos agir com inteligência, não com pressa.
Eduardo cerrava os punhos, sentindo a ansiedade devorar seu peito.
Elisa está lá dentro. Eu sei.
O olhar de Cecília se encheu de compaixão e determinação.
Vai dar certo, Eduardo. Mas precisamos confiar no plano.
•••
Dentro do galpão, o clima era outro: abafado, opressivo, carregado pelo perfume forte que Sophia usava. Ela caminhava pelo quarto onde Elisa permanecia