Elisa acordou diferente naquela manhã. O corpo ainda era o mesmo, mas algo dentro dela parecia levemente fora do compasso. O cheiro do café, sempre reconfortante, de repente causou náusea. E aquela tontura leve ao subir as escadas do consultório... não era cansaço. Era algo familiar, pelo menos para ela, como médica.
Deixou o jaleco pendurado e voltou para casa mais cedo. No caminho, o coração batia acelerado. Negava a possibilidade, mas, no fundo, uma intuição silenciosa gritava.
No banheiro de casa, o teste de gravidez comprado às pressas tremia em suas mãos.
Ela nunca havia feito um.
Sentou-se na beirada da banheira, os olhos fixos no visor. O tempo parecia arrastar cada segundo como uma eternidade.
Primeira linha.
Tudo bem… normal.
Segunda linha.
Fraca… mas visível.
Seu coração parou por um instante. Depois acelerou tanto que ela precisou se levantar, caminhar pelo quarto, respirar fundo, lavar o rosto, olhar para o espelho. Elisa viu uma versão dela mesma que há muito nã