Eduardo entrou no apartamento e jogou as chaves sobre o aparador com força.
Desde que deixara o restaurante, o rosto de Elisa não saía da sua cabeça. Aquela risada espontânea, a leveza do jeito de andar, o vestido esmeralda que desenhava cada curva com elegância e sobriedade. A imagem dançava diante dele como um quadro que nunca vira inteiro.
Subiu as escadas. A porta do quarto dela estava entreaberta.
Elisa estava sentada na escrivaninha, escrevendo à mão em seu caderno de partituras. Havia uma xícara de chá ao lado e uma música instrumental tocava baixinho ao fundo.
Eduardo parou à porta.
Estava se divertindo hoje?
A voz veio carregada de arrogância. Não ciúme. Orgulho ferido.
Elisa ergueu os olhos devagar, surpresa com a visita inesperada dele no quarto.
Oi? Do que está falando?
Ele cruzou os braços, encostando-se à porta como quem interroga, não conversa.
Do restaurante. Ipanema. Uma amiga. Risadas. Roupa de evento. Você estava linda ... disse com um meio sorri