Layla
A mão de Kaleo subiu devagar, como se perguntasse, e não perguntou. O polegar encostou no meu queixo um toque mínimo, e inclinou meu rosto para cima. Eu deveria ter recuado. Deveria ter virado de costas. Eu sabia o que ia acontecer. O corpo também sabia.
Ainda assim, fiquei.
Ele me beijou.
Não foi um beijo que pede permissão, nem que rouba pela metade. Foi inteiro. Uma queda sem corrimão. A boca dele tinha um gosto de noite e uísque, e a maneira como segurou meu queixo me deu raiva e vertigem ao mesmo tempo. Por um segundo, dois? três? Eu esqueci o mundo. Esqueci a ONG, o jantar, meu nome. Fui só impulso. Eu correspondi.
A verdade é essa: correspondi.
E me odiei por isso.
Meu coração batia alto o suficiente para chamar vizinhos. O metal frio da chave arranhou minha palma, talvez como um lembrete do que sou. Do que quero ser. Empurrei o peito dele com as duas mãos, precisando de ar, de distância, de mim.
— Não. — falei, ofegante — Não.
Kaleo recuou um passo, mas ficou. Os olhos d