Isabela
No dia seguinte, acordo sobressaltada com as batidas na porta. Meu coração dispara, como se esperasse por algo ruim. Sonolenta, caminho até ela e a abro. É Estela.
— Bom dia. Rafael está de saída, ele pediu para chamá-la.
Meu cérebro ainda está lento, e a informação leva alguns segundos para se fixar.
— Que horas são?
— Nove e meia.
Passo a mão pelos cabelos longos, tentando dar alguma ordem ao caos que se formou neles durante a noite.
— Deus! Perdi a hora. Diga a ele que me troco em um minuto.
Ela assente e desaparece pelo corredor. Fecho a porta e passo a chave. Meu coração ainda está acelerado. Corro para pegar o celular, mas ele escorrega das minhas mãos e quase cai no chão. Meu reflexo rápido evita o impacto.
Uma mensagem pisca no visor:
Bom dia, saudades, se cuida, por favor. Beijos.
Minhas mãos tremem ligeiramente enquanto digito:
Bom dia, estou me cuidando. Beijos.
Escondo o celular e o carregador na mala, como se quisesse esconder não apenas o aparelho, mas também a se