— Preciso ir.
Seu olhar segue o meu, e eu sinto o calor subir pelas minhas bochechas enquanto ele me observa. Há algo nele que é desconcertante, como se pudesse enxergar além do que eu demonstro.
— Foi bom conversar com você. — Ele diz, sua voz baixa e controlada, mas os olhos se movem lentamente pelo meu rosto, quase como se tentassem gravar cada detalhe.
— Eu também gostei de te conhecer. — Respondo, tentando soar casual.
Levanto-me da cadeira.
— Posso te levar em casa? — A pergunta vem carregada de intenção, mas não há como aceitar.
— Não, eu vim com o “Ricardo” — digo, mencionando o nome falso do meu parceiro infiltrado. É então sinto a presença de Leandro ao meu lado, tão sólido e protetor, como sempre.
— Podemos ir embora? — Leandro pergunta, sua voz firme, mas seus olhos analisando a cena com cautela.
— Parece que você leu meus pensamentos. — Respondo, aliviada por sua chegada.
Rafael se levanta também, seus movimentos lentos, quase calculados, e nos encara.
— Espero vocês no s