Quando ele me olha, seus olhos verdes, profundos como um abismo, parecem penetrar minha alma, desafiando minha resistência. Eu o encaro, séria, para que ele não veja nenhuma fraqueza.
— Eu cuido de uma criança. Isso é zelo.
—Deixe-a, Dante.—Rafael grunhi.
Ele apenas dá um sorriso torto, o tipo de sorriso que me deixa inquieta, que parece saber mais do que deveria. E então, sem pressa, Dante vira o copo e se serve de mais vinho, sem jamais tirar os olhos de mim. Como se, nesse simples gesto, ele estivesse dizendo que está no comando da situação.
— Me fale da fazenda. Sempre tive curiosidade de entender como é viver em uma.
Rafael lança um olhar rude para o irmão, mas isso me afasta apenas por um momento. Eu mordo o pedaço de carne e tento falar com a calma que já não sinto mais. Sinto as palavras saindo como se fossem o único escudo que me resta.
— Hoje, meu pai cria gado e os vende. Mas antes não era assim... Ele era um agricultor. Era um trabalho árduo mexer com a terra,
Dant