Esse gesto fez com que todos à mesa olhassem para eles.
Marília ficou paralisada, apertando os lábios enquanto levantava os olhos para encarar o rosto bonito e anguloso ao seu lado, tentando conter a raiva que subia em seu peito:
— Eu não quero comer, obrigada.
Ela empurrou o pedaço de bolo de volta e pegou o sanduíche que ela mesma havia trazido.
Marília já tinha visto aquele bolo. Em hotéis desse tipo, o chantili dos bolos sempre era abundante e verdadeiro. Ela também estava com vontade de comer, mas achava que era cedo demais para algo tão doce, e simplesmente não conseguia engolir aquilo logo pela manhã.
Leandro a encarou por um bom tempo antes de desviar o olhar e continuar comendo seu próprio café da manhã.
Atilio, ao observar essa cena, logo percebeu o que estava acontecendo.
Ele era advogado, e advogados prestam muita atenção aos detalhes. Havia duas cadeiras vagas, mas Leandro, sem a menor hesitação, escolheu sentar-se ao lado de Marília.
Ele se lembrou das palavras da tia Lar