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Capítulo 5: Resposta Fria e Corpo Quente

Isadora estava em seu escritório, olhando para a tela do computador. Os gráficos e relatórios se embaralhavam diante de seus olhos, como se estivessem zombando de sua tentativa de manter o foco. O ponteiro do mouse pairava sobre o mesmo gráfico havia minutos, mas sua mente estava longe — muito longe dali.

Dominic.

Ele invadia seus pensamentos como uma tempestade repentina. Um sopro de lembrança e ela se pegava sentindo o toque dos olhos dele sobre sua pele, como se ele estivesse ali, mesmo quando não estava. E quando estava… tudo piorava.

Ela havia enfrentado desafios maiores em sua vida. Isadora não era do tipo que se deixava abalar por emoções passageiras — ou ao menos não era, até Dominic surgir. O problema é que ele não parecia passageiro. Ele era presença, intensidade e… ameaça.

Havia algo nos olhos dele que a desequilibrava. Uma certeza, um controle, como se já soubesse que, cedo ou tarde, ela cederia. Mas ela não podia. Não devia. Ela tinha construído sua carreira com esforço, com disciplina. Ceder a ele seria como derrubar cada tijolo dessa muralha que a protegia.

E mesmo assim… toda vez que o encontrava pelos corredores, o coração batia mais forte. Ela odiava essa sensação — o descontrole. O medo de ser exposta, de perder a razão.

Naquela manhã, ela tentou se distrair com um novo projeto. Abriu arquivos, organizou tarefas, enviou e-mails. Mas bastou o som da voz dele na sala ao lado para que tudo ruísse mais uma vez.

“Você precisa se recompor, Isadora”, pensou, apertando os olhos e respirando fundo. “Ele não vai te dominar. Não vai.”

Do outro lado da cidade, Dominic estava deitado em sua cama, o braço jogado por cima da cabeça, os olhos fixos no teto como se procurasse respostas nas linhas invisíveis da pintura. Tinha uma reunião importante em algumas horas, documentos para revisar, decisões a tomar… mas nada parecia importar tanto quanto aquela mulher.

Isadora havia entrado em sua vida como uma faísca — e agora queimava como fogo. Ele tentava convencê-la de que tudo entre eles era inevitável, mas, no fundo, ele também começava a perder o controle.

Ela era diferente. Não era uma conquista fácil, não jogava pelos mesmos códigos que as outras mulheres que cruzaram seu caminho. E isso o instigava de uma maneira perigosa.

Ele havia se envolvido antes. Com muitas. Mas nunca assim.

Nunca com essa urgência.

E havia, claro, o detalhe que fazia tudo mais tenso: seu noivado. Um acordo familiar, uma união que servia a propósitos que ele já nem reconhecia. A ideia de se casar com alguém por conveniência o enojava agora — não depois de conhecer Isadora.

Ela o fazia questionar tudo.

Dominic fechou os olhos por um momento, tentando afastar as imagens da mente: a maneira como ela o encarava com desafio, a tensão nos ombros dela, a forma como sua voz firme oscilava quando ele se aproximava demais.

“Ela tenta resistir, mas sente o mesmo que eu”, ele pensava. “E está ficando cada vez mais difícil ignorar isso.”

Ele se sentou na cama e passou as mãos pelos cabelos, frustrado.

Ela havia se tornado uma obsessão. E Dominic não era um homem acostumado a ser ignorado. Algo dentro dele — talvez orgulho, talvez desejo puro — o empurrava para ela com mais intensidade a cada recusa.

Isadora tentava se manter firme, mas até seus colegas de trabalho já notavam sua mudança. Estava mais impaciente, mais reservada. Evitava encontros casuais nos corredores, fugia dos olhares. Mas Dominic era como gravidade — impossível de ignorar por muito tempo.

Na tarde daquele mesmo dia, ela recebeu uma notificação no celular.

Mensagem de Dominic:

“Eu sei que você está tentando se afastar. Mas já percebeu que, quanto mais tenta, mais eu me aproximo?”

Isadora apertou o celular nas mãos, sentindo a raiva e o desejo explodirem em conflito. Apagou a notificação sem responder. Mas não conseguiu ignorar o calor que se espalhou por seu corpo.

Não adiantava fugir. A tensão entre eles estava crescendo, e ela sentia que em breve algo iria transbordar.

Dominic, por sua vez, esperava. Sabia que ela ainda tentaria resistir. Mas a cada dia, o jogo se intensificava.

E ele adorava esse jogo.

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