Capítulo 4: A Tentação Cresce

A noite já havia se instalado por fora, mas dentro do escritório da empresa, a escuridão dava lugar a uma luz suave, quase melancólica, que invadia a sala de Isadora. Ela estava sozinha, concentrada em terminar os últimos ajustes de um relatório importante. A sala silenciosa, iluminada apenas por um abajur de luz amarelada e pelo brilho distante dos postes da cidade, parecia um refúgio onde o tempo se diluía.

Enquanto organizava os documentos espalhados pela mesa, Isadora sentia o cansaço se misturar com uma inquietude inexplicável. O tumulto dos últimos dias ainda ressoava em sua mente — as lembranças da noite anterior, a intensidade do toque de Dominic, e aquele olhar penetrante que a assombrava, mesmo agora. Ela sabia que, apesar de todo seu esforço para manter a racionalidade, o desejo e a tensão entre ela e Dominic não eram mais meras lembranças, mas sim uma realidade presente.

De repente, o som da porta se abrindo interrompeu seus pensamentos. Ela não precisou levantar os olhos para perceber que a presença dele adentrava o espaço. A figura de Dominic surgia na entrada, seu contorno imponente recortado pela luz suave do corredor. O ambiente parecia se contrair, e o ar, antes tranquilo, agora vibrava com uma energia quase palpável.

Dominic caminhava devagar, com passos firmes, mas medidos, como se cada movimento fosse cuidadosamente coreografado para prolongar a tensão. Quando chegou próximo à mesa, o perfume amadeirado e envolvente dele invadiu seus sentidos, provocando nela uma reação quase involuntária.

— Você não cansa de me perseguir, Dominic? — Isadora soltou, sua voz carregada de uma irritação disfarçada. Ela não podia negar que o simples som da voz dele despertava nela uma tempestade de sentimentos. A pergunta, ainda que dita com firmeza, escondia o nervosismo e o desejo que lutava para ser contido.

Dominic fechou a porta com um leve estalo, como se quisesse selar o ambiente para aquele encontro particular, e se aproximou lentamente. Seus olhos, profundos e escuros, encontraram os dela com uma intensidade que fazia o coração de Isadora acelerar. Cada passo que ele dava parecia aproximá-lo não apenas fisicamente, mas emocionalmente, invadindo o espaço pessoal que ela tanto tentava preservar.

— Eu não te persigo, Isadora. Eu te desafio — respondeu ele, sua voz baixa, quase um sussurro carregado de promessas e segredos. Ele se aproximava tanto que Isadora podia sentir o calor que emanava dele, aquele calor que já a havia consumido na noite anterior.

Ela respirou fundo, tentando se concentrar e manter a postura profissional que sua carreira exigia. Mas cada fibra do seu ser gritava que era impossível ignorar a magnetismo dele. Com um olhar que mesclava desafio e vulnerabilidade, ela replicou:

— Você acha que pode me ter, mas não pode. Eu não sou o tipo de mulher que você seduz com um simples olhar.

Dominic esboçou um sorriso que misturava diversão e arrogância. Aquela expressão, tão característica dele, era um convite à provocação. Ele inclinou-se um pouco mais, aproximando ainda mais o rosto do dela, fazendo com que Isadora sentisse a pulsação acelerada, quase incontrolável.

— Eu tenho certeza do que sinto, Isadora — ele falou, sua voz carregada de convicção. — Desde aquela noite, eu sei que você não consegue me tirar da cabeça. Você tenta resistir, mas cada vez que eu apareço, você se rende um pouco mais.

Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Por um momento, o silêncio pairou entre eles, repleto de tudo o que não foi dito. No fundo, ela sabia que suas defesas estavam se enfraquecendo, mas o medo de se entregar completamente ainda a mantinha em alerta.

— Você está apostando demais em um desejo que, sinceramente, nem mesmo você pode controlar — sussurrou ela, a voz trêmula e cheia de conflito. Suas palavras eram um misto de desafio e admiração, revelando a luta interna que a consumia: a vontade de se render ao desejo versus a necessidade de manter o controle sobre sua própria vida.

Dominic não precisou de mais palavras. Em um gesto tão súbito quanto deliberado, ele se inclinou e deixou seus lábios tocarem suavemente a orelha de Isadora. O toque era quase imperceptível, mas carregava uma força magnética que parecia apagar temporariamente o mundo ao redor.

— Vamos ver quem cede primeiro, Isadora. Você ou eu — murmurou ele, sua voz carregada de uma promessa velada, desafiadora e, ao mesmo tempo, sedutora.

O coração de Isadora disparou. Ela sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, enquanto a mente lutava contra o desejo que ameaçava dominá-la. Ao fechar os olhos por um instante, tentou organizar seus pensamentos: manter a razão ou se entregar à paixão que pulsava em cada palavra e gesto de Dominic?

Ela abriu os olhos lentamente, encarando o olhar fixo dele. A sala, antes preenchida com papéis e documentos, agora parecia um palco onde o destino se desenrolava. O ambiente corporativo, com sua formalidade e regras, contrastava fortemente com o turbilhão emocional que ambos viviam naquele exato momento.

Dominic, percebendo a luta interna dela, aproximou-se ainda mais. Ele podia ler em seus olhos o misto de desejo e medo, e esse conhecimento só aumentava a intensidade da provocação.

— Não adianta lutar, Isadora. Eu sei o que você sente. Você tenta esconder, mas seu corpo fala. Cada vez que estou perto, cada vez que nossos olhares se encontram, você se entrega um pouco mais. — Ele parou, deixando a frase pairar no ar, como se quisesse que ela absorvesse cada palavra.

A respiração dela ficou ofegante. Ela sabia que o jogo entre eles não era mais apenas uma questão de vontades; era uma batalha onde cada toque, cada olhar, definia quem realmente cederia primeiro. E, naquele instante, ela percebeu que estava em um beco sem saída, onde a razão e o desejo lutavam por supremacia.

Dominic esboçou um sorriso suave, quase maternal, mas carregado de uma confiança inabalável.

— Eu prometo que serei paciente, Isadora. Mas não demore muito para perceber que, no final, o desejo sempre vence.

Isadora sentiu suas defesas vacilarem, mesmo enquanto tentava manter a postura fria e profissional que tanto prezava. A tensão entre eles era como uma corda esticada ao limite, pronta para se romper a qualquer momento, e ela não sabia se queria ou não se deixar levar. Cada palavra de Dominic, cada sussurro em seu ouvido, fazia com que a linha tênue entre o controle e a rendição se desfizesse lentamente.

Ela engoliu em seco, tentando esconder o conflito interno. Sua mente gritava para manter a distância, para se focar no trabalho, mas o corpo reagia de forma incontrolável, ansiando por aquele toque, por aquele olhar.

— Dominic… — ela começou, mas as palavras ficaram presas, como se o desejo tivesse silenciado sua voz.

Ele se inclinou, os olhos brilhando com uma intensidade que a fez esquecer do ambiente ao redor, esquecendo do mundo corporativo e de todas as responsabilidades. Só existia aquele momento, aquele encontro furtivo que carregava promessas e perigos.

— Então deixe-me mostrar que, às vezes, ceder não é perder — sussurrou ele, enquanto seus lábios se aproximavam mais uma vez, numa tentativa de apagar qualquer dúvida que ainda restasse na mente de Isadora.

O ambiente ao redor parecia desaparecer. O escritório, os documentos, as luzes suaves do abajur, tudo se transformava em mero pano de fundo para o drama silencioso que se desenrolava entre eles. Isadora sentiu seu coração acelerar de forma quase incontrolável. Ela estava à beira de algo irreversível. O jogo de tentação e poder estava avançando para um território onde o risco e o desejo se misturavam em uma intensidade avassaladora.

No fim, enquanto o silêncio se instalava novamente, ficou claro que a batalha já estava decidida, mesmo sem um único toque final. Dominic não esperaria que ela se rendesse de imediato; ele estava disposto a prolongar a tensão, a explorar cada recanto daquele desejo que ambos compartilhavam. E, por mais que Isadora tentasse resistir, cada olhar, cada sussurro, fazia com que a vontade de se entregar se tornasse cada vez mais irresistível.

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