O relógio marcava 5h43 quando Helena abriu os olhos, o coração disparado. Havia sonhado com sua mãe — aquela mesma cena antiga, de mãos dadas caminhando pela feira da cidade. No sonho, ela sorria. Mas, ao fundo, sombras se moviam. Helena acordou com a sensação de estar sendo observada.
Ela sentou-se na cama, pegou o celular e viu as notificações: mais dois patrocinadores haviam desistido. O saldo da conta da fundação estava praticamente zerado.
O plano de Rodrigo Vasques estava funcionando.
— Eles querem nos sangrar — disse Helena mais tarde, em uma reunião improvisada com Nina, Lúcio, Bianca e Leonardo.
— Se a ideia é que a gente morra por asfixia financeira, vão ter que assistir a gente respirar pela boca — rebateu Nina.
Bianca, que há dias vinha articulando nas redes sociais e com coletivos ativistas, colocou os dedos entrelaçados sobre a mesa:
— Está na hora de reagir. A gente tem aliados. Pequenos, sim, mas unidos.
— Estou preparando um dossiê com o histórico de Rodrigo Vasques —