“Nem toda semente vira raiz. Nem toda raiz quer crescer.
Mas algumas brotam mesmo no chão queimado.”
— Arquivos de Heléna, última guardiã do tempo
O mundo havia sido reinventado tantas vezes que já não lembrava mais qual forma era sua.
Entre os estilhaços do velho sistema e as promessas de uma nova ordem, surgiram gerações que não sabiam se eram frutos de uma revolução ou de uma ilusão bem contada.
Elô nasceu entre dois silêncios: o que precedeu a queda do poder e o que se instalou depois da vitória.
A revolução vencera. As torres de comando haviam ruído. Os protocolos de obediência foram desativados.
E com a queda do sistema, a humanidade experimentou pela primeira vez o que significava ser… indomada.
Mas o que ninguém dizia — o que ninguém ousava admitir — era que a liberdade também tinha um preço.
Um alto. Um devastador.
O mundo livre se fragmentava em pequenas tribos de identidade.
Cada um seguia sua própria verdade, mas ninguém se lembrava mais do que havia sido a verdade de todo