O espelho refletia uma mulher que, até pouco tempo, Helena não reconheceria. Cabelos cuidadosamente escovados, levemente ondulados nas pontas, caindo como uma moldura perfeita em seu rosto. A maquiagem realçava seus olhos, deixando-os mais marcantes, e seus lábios, pintados de vermelho profundo, transmitiam exatamente a mensagem que ela queria: “Olhem para mim. Eu não sou mais a mesma.”
O vestido... ah, o vestido. Preto, longo, de tecido acetinado, com uma fenda lateral que revelava a perna até a altura da coxa. O decote nas costas deslizava como um convite proibido. Clássico, elegante, ousado — exatamente como ela precisava ser.
— Eu não tenho palavras... — Júlia quase chorava do outro lado da videochamada. — Você tá simplesmente... PERFEITA! Eles vão cair duros no chão, Helena. Eles não estão prontos pra isso.
Helena sorriu, ajeitando um brinco de diamante.
— Que eles se preparem, Júlia. Porque hoje... quem pisa naquele salão sou EU. Não mais a rejeitada, não mais a filha esquecida.