O helicóptero pousou em silêncio absoluto no campo aberto, próximo ao antigo teatro restaurado que Helena havia convertido em abrigo secreto. Ela estava esperando.
Cael desceu com calma, como quem já sabia que sairia dali vivo. Seu terno escuro contrastava com a relva úmida. Os olhos pareciam duas lâminas, mas sem raiva — apenas cálculo.
Helena não levou armas.
— Sozinha? — ele disse, se aproximando.
— Se tivesse trazido gente, você já teria matado todos.
Cael deu um meio sorriso. Parou a menos de dois metros dela.
— Sua ousadia é curiosa.
— Não é ousadia. É certeza. Eu não tenho medo de você.
— Você devia.
Helena cruzou os braços, firme.
— Talvez. Mas medo é coisa de quem acha que pode perder. E você, Cael, está começando a duvidar, não é?
Ele franziu o cenho. Quase imperceptivelmente. Mas ela notou.
— O código funcionou, não funcionou? — ela continuou. — Aquela frase... “você não é eterno”… te travou. Por quatro minutos.
Cael não respondeu. Mas o silêncio foi confirmação suficiente.