A clareira queimava em vermelho, como se o próprio coração da terra tivesse sido arrancado e colocado diante deles. O cântico dos cultistas ecoava como um trovão abafado, ressoando em cada osso de Elô, que mal conseguia respirar sob a pressão invisível do ritual. As chamas que circundavam o símbolo no chão se erguiam em colunas altas, dançando ao ritmo das vozes, e cada palavra parecia dilacerar ainda mais o tecido entre o mundo dos vivos e a escuridão.
Miguel avançava com a espada em punho, cada golpe um arco de fúria controlada. Seus olhos estavam fixos no líder dos encapuzados, mas os inimigos não cessavam de surgir ao seu redor. O suor escorria por seu rosto, o peito arfava com a intensidade da luta, mas sua postura era firme, quase inabalável, como a de um rochedo em meio a uma tempestade.
Clara mantinha-se próxima de Elô, as mãos erguendo barreiras de luz que tremulavam como vidraças prestes a se estilhaçar. Cada feitiço lançado contra elas ricocheteava, espalhando faíscas no ar