O dia seguinte começou com o peso da chuva da noite anterior ainda pairando sobre a cidade. As ruas estavam úmidas, e o cheiro de terra molhada se misturava ao da pressa das pessoas que voltavam ao ritmo habitual. Isadora, porém, caminhava em um compasso diferente. Depois da notificação do escritório de advocacia e da “apresentadora” tentando expô-la, já não restavam dúvidas: Gabriel havia declarado guerra aberta.
Mas ela não estava mais só. E era isso que lhe dava fôlego.
Logo cedo, o gerente da livraria a chamou. Haveria uma reunião extraordinária com o síndico e alguns lojistas do prédio para tratar das “reclamações de barulho”. Rafael fez questão de acompanhá-la, apesar das tentativas de Isadora de convencê-lo a não se envolver tanto.
Na sala de reuniões, o ambiente estava carregado. O síndico, um homem grisalho de expressão sisuda, abriu a pasta de atas e começou a leitura:
— Recebemos três reclamações anônimas sobre tumulto na porta da livraria. Além disso, mencionaram que a fun