####ELE PRECISA ME AMAR

Segredos do Meu Coração

Ivy

Tomamos banho juntos naquela manhã, rindo como se já fôssemos cúmplices de uma vida inteira. E, entre o vapor quente e as carícias, nos amamos mais uma vez. Eu nunca pensei que me tornaria uma mulher insaciável, que poderia gostar tanto de fazer amor. Mas com Leon era diferente. Era como se nossos corpos se buscassem por instinto, como se fôssemos duas metades que finalmente se encontraram.

Não parecia um contrato. Não parecia um acordo entre avôs. Era muito mais. Algo que existia muito antes de eu nascer.

Ele me deixou na empresa, acompanhou-me até a sala de reuniões e ficou um pouco comigo, observando. Depois seguiu para a empresa dele, deixando em mim uma sensação de vazio e, ao mesmo tempo, de segurança.

E eu fiquei. Trabalhando, sorrindo para todos, fingindo firmeza… mas dentro de mim, uma confissão que eu não podia gritar.

Leon não sabe, mas eu o amo. Eu o amo desde os meus dezoito anos de idade, desde o primeiro olhar que ele lançou sobre mim. Só que preciso resguardar o meu coração. Porque eu sei que o amor nem sempre traz felicidade. O amor pode nos despedaçar.

Ele se casou comigo por um contrato, não por amor. E isso é um peso que carrego todos os dias.

Disse-me que queria ter muitos filhos. E eu também quero. Quero vê-los correndo, sorrindo, enchendo a casa de vida. Mas eu também sei que, quando eles nascerem, talvez eu não queira mais estar à frente das empresas. Quero viver para eles, quero ser mãe inteira, não apenas herdeira.

Só que há algo que eu preciso, algo que me tira o sono: eu tenho que fazer o Leon me amar.

Porque uma família, para ser completa, precisa de amor. Não apenas dever, não apenas contrato. Amor.

E é isso que eu quero dar aos nossos filhos: uma vida feliz.

Eu preciso disso.

O Presente da Minha Vida

(voz de Ivy)

No final do expediente, meu telefone tocou. Era o Leon.

— Estou passando para te buscar — disse ele. — Quero te levar a um lugar.

Meu coração já disparou antes mesmo de desligar. E quando ele chegou, subiu até o meu escritório trazendo flores. Flores! A primeira vez na vida que alguém me dava flores.

Meu coração parecia um tambor, batendo alto, quase traindo o que eu sentia. Mas eu não poderia demonstrar. Segurei as lágrimas, agradeci e lhe dei um beijo rápido.

Ele segurou minha mão com firmeza.

— Vamos. Eu tenho uma surpresa para você.

Entrei no carro sem imaginar o que me esperava. E então ele me levou.

A surpresa não era uma joia, não era um jantar sofisticado. Era muito mais. Era a casa dos meus sonhos.

Não uma mansão fria e cheia de empregados. Não um palácio de ostentação. Mas uma casa, um lar. Dois andares, um jardim cercado, quartos suficientes para todos os filhos que eu sempre desejei ter. Num bairro nobre, seguro, mas com a simplicidade aconchegante que eu sempre sonhei.

Lembrei das nossas conversas antes do casamento, quando ele perguntou como seria a minha moradia ideal. Eu disse exatamente aquilo. Uma casa. Uma família. Segurança. E ele tinha ouvido. Ele tinha lembrado.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

Abracei-o, beijei-o e disse, entre soluços:

— Obrigada… você me deu o melhor presente da minha vida.

Ele me apertou contra o peito e respondeu com aquela voz que sempre me desmontava:

— Não. O melhor presente da sua vida e da minha ainda está por vir. Vai ser quando você olhar para mim e disser: “Eu estou grávida.”

E eu chorei. Chorei como nunca na minha vida. Pela primeira vez, senti que a felicidade era possível.

Mas como nem tudo são flores, no dia seguinte, algo aconteceu.

Eu chorei como nunca na minha vida. Pela primeira vez, senti que a felicidade era possível. Que, talvez, eu pudesse ter o que sempre sonhei: um lar, um marido, filhos correndo pelo jardim.

Abracei o Leon com força, e naquele momento não importava mais se nosso casamento começou como um contrato. Ele me dava muito mais do que eu jamais imaginei receber.

Eu esperava, do fundo da alma, que aqueles momentos de felicidade não acabassem.

Mas, como nem tudo são flores, no outro dia algo aconteceu.

O telefone de Leon tocou. Ele atendeu sem olhar o número, distraído. Mas, de repente, sua expressão mudou.

— Como é que é? — ele disse, a voz tensa.

Meu coração gelou.

— O que aconteceu, amor? — perguntei, mas ele levantou a mão pedindo silêncio, sem me olhar.

Do outro lado da linha, a voz feminina soava clara o bastante para que eu também ouvisse:

— Quem está com você? A sua esposinha de contrato? Pois então avisa para ela que você vai ser pai. Eu estou grávida, Leon. Está ouvindo? Grá-vi-da!

Minha respiração falhou.

— Isso é impossível — Leon respondeu, a voz dura. — Eu sempre me preveni.

— O preservativo estourou — a mulher rebateu, fria, quase debochada. — Não me venha com essa de impossível. Você vai ser pai, e quero ver como vai fazer agora.

As mãos de Leon cerraram-se em punhos.

— Não. Não pode ser. Não pode.

Eu me levantei da cadeira, o estômago embrulhado.

— O que foi, Leon? — insisti, com a voz trêmula.

Ele desligou a chamada, respirou fundo, e por um instante pareceu procurar as palavras certas. Então me olhou e disse:

— Uma ex-minha me ligou agora… dizendo que está grávida.

O mundo parou.

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