O tempo passou.
As manchetes, as fofocas, as sombras do escândalo — tudo se dissolveu como fumaça.
A imprensa, cansada de inventar histórias, esqueceu o nome de Leon Clifford.
A vida, aos poucos, ajeitou os móveis dentro dele.
Agora, a igreja resplandecia. Os vitrais coloriam o chão com retalhos de luz, o ar cheirava a flores brancas e cera aquecida. O coral murmurava em ensaio baixo, e o murmúrio dos convidados soava como vento contido.
No altar, Leon estava de pé — terno preto, olhar tranquilo, sorriso pequeno.
Ao lado dele, o velho Clifford, de bengala em uma mão e emoção na outra.
O avô o olhou de cima a baixo, o peito inflando de orgulho.
— Sabe, Leon… quem diria, hein? O menino teimoso, impulsivo, o empresário cabeça-dura que achava que podia comprar a vida com cheques… está aqui, pronto pra ser marido.
Leon sorriu de canto.
— O senhor sempre me disse que o amor verdadeiro não aceita recibo, vovô. Acho que demore