Ava contando o dia para Carlinha
Ava se jogou na cama ao lado da irmã e suspirou fundo:— Carlinha, vou te contar como foi o meu dia... e já te digo, eu devia ter adivinhado logo de manhã que ia dar ruim.— O que foi agora? — perguntou Carla, rindo.— Primeiro passo fora da cama: pisei num caco de vidro que tinha ficado do perfume quebrado. Pé furado, sangue pra todo lado. Já era o aviso do universo, mas eu, cabeça dura, fui trabalhar mesmo assim.Carlinha arregalou os olhos.— Meu Deus, Ava!— Espera, não acabou. Chego na empresa, dou de cara com um armário ambulante. Sério, parecia que tinham esculpido o homem em granito. Quase dois metros de altura, terno sob medida... e eu, pé sangrando, uniforme de faxineira na mão, toda descabelada. Trombei no peito dele e pedi desculpa.— E? — perguntou Carla, já interessada.— E o homem me olhou de cima a baixo como se eu fosse sobremesa de restaurante cinco estrelas