####O CEO DOM

Adán

Às vezes, a vida paralela que eu levo é um fardo. Ontem à noite mesmo, passei horas no clube. Treinei com a minha submissa. Ou melhor, a que era minha submissa até ontem. Tive que dispensá-la depois da crise de ciúmes patética que ela armou.

E a ironia? A ruiva deliciosa, com quem brinquei na frente dela, sabia se portar melhor. Obediente, elegante, submissa até o último fio de cabelo. A outra, que tinha contrato comigo há um ano, desmoronou como uma garotinha apaixonada. Coração e cinto de couro não combinam. Eu já devia saber que uma hora ou outra isso aconteceria.

Cheguei à empresa mais tarde do que deveria, ainda com o gosto da noite anterior. Estava pensando nisso quando aconteceu.

Eu ia entrar no corredor principal, distraído, revendo na mente cada detalhe do que tinha acontecido, quando um impacto me tirou dos devaneios.

Literalmente.

Ela vinha na direção contrária, empurrando um carrinho de limpeza. A trombada foi inevitável.

E quando me virei, caramba.

Um metro e setenta e cinco de curvas. Pele morena, cabelos longos, olhos verdes que me fitaram rápido demais antes de desviar. Vestida como faxineira, mas… nada escondia aquele corpo.

Eu… nem disfarcei.

Passei a língua pelos lábios como se ela fosse sobremesa servida na minha frente.

E que sobremesa.

Ela pediu desculpa, seca, e foi embora. Orgulhosa. Como se não tivesse acabado de me deixar salivando no meio do corredor.

Acompanhei com os olhos enquanto ela desaparecia pelo escritório principal. Ainda atordoado, segui atrás. Não era meu estilo perseguir funcionárias, mas havia algo diferente nela.

Sentei no sofá, fiquei observando enquanto ela limpava. E então… veio a cena que me tirou completamente do eixo.

Ela saiu do banheiro com uma pá. Dentro dela, três preservativos usados. Os que eu mesmo havia descartado na noite anterior, depois de uma visita rápida com a ruiva.

Eu gelei.

E como se não bastasse, ouvi a voz dela, afiada, irônica, como se tivesse cuspido o pensamento em voz alta:

— Esse patrão vem aqui pra trabalhar ou pra fazer sexo?

Baixei os olhos por um instante, sentindo algo que não me acometia com frequência. Vergonha.

Ninguém nunca ousou falar assim de mim. Nenhuma mulher, nenhuma sub, nenhum funcionário.

Mas aquela.

Aquela morena dos olhos verdes tinha acabado de atravessar a minha armadura com meia dúzia de palavras.

E eu não conseguia tirar a imagem dela da cabeça.

E ainda por cima, atrevida.

Quando se virou arrumando a minha mesa, meus olhos foram direto para o traseiro dela. Mas aquilo ali não era apenas um par de glúteos. Era uma obra de arte. Uma cauda de sereia bem nutrida, feita sob medida para me torturar.

Ela se virou de repente e me pegou no flagra, devorando cada curva com o olhar.

E ao invés de se encolher, como todas as outras fariam, ela me desafiou.

— Tá suja aqui atrás? Porque eu não tô menstruada, não.

Quase engasguei.

Atrevida. Insolente. Essa daí jamais se encaixaria como submissa.

Mas, por Deus, que desafio delicioso.

Quando descobri que era filha da Márcia, demorei a processar. E quando ela percebeu que eu era o chefe e caiu sentada no chão, quase gargalhei alto. Mas não… ela se levantou com dignidade.

Ainda teve a ousadia de rir da própria queda, dizendo que tinha “comissão de frente e para-choque atrás” para amortecer. Se fosse uma americana magricela, já teria quebrado a bacia.

Eu não aguentei. Ri. Ri como não ria há anos.

E no meio disso tudo, quando tentei brincar, ela me cortou:

— Isso aí é assédio.

E saiu rebolando com dignidade, como se tivesse acabado de vencer a batalha.

Nunca. Nunca encontrei uma mulher assim.

E eu sabia, no mesmo instante: essa mulher não era uma submissa.

Ela era um desafio.

E eu adoro desafios.

Na hora do almoço, entre uma reunião e outra, entrei no site onde sempre compro meus brinquedos. Escolhi um kit inteiro: coleira, máscara, fantasia, e mandei entregar. Anônimo, claro. Ela não precisava saber que vinha de mim.

Mas no final do dia, tive a surpresa da minha vida.

O entregador voltou com o pacote.

Em cima dele, escrito em letras firmes:

“Eu não sou submissa.”

Caramba.

Encontrei um desafio à altura.

Agora sim.

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