Jeffrey ficou em silêncio por alguns segundos, me olhando como só ele sabia olhar: atravessando camadas. Depois respirou fundo.
— Eu sei porque você é assim, Adán.Franzi a testa, surpreso.— Assim como?— Dominador. — Ele disse, sem rodeios. — Eu cresci ao seu lado. Vi o que você viu. Nós dois vimos.Fiquei quieto, mas o silêncio falava por mim.Jeffrey se aproximou mais, abaixando a voz como se estivesse prestes a revelar um segredo perigoso.— Você cresceu assistindo a tia, a sua mãe, ser uma mulher submissa, é humilhação demais. Sempre cedendo ao titio. Sempre, ela nunca disse nada, se submete a tudo, lembra aquela vez que ela descobriu que o tio, tinha amante?—Ela disse que ela era culpada, por ele procurar outra na rua. Que degradação de uma pessoa...Engoli seco. Uma memória antiga piscou no fundo da minha mente: minha mãe, calada, servindo a mesa impecável para o meu pai. Nunca um “não”, nunca um olhar de des