A respiração me pesou. Mas ele não parou.
— Isso é ego. Ego de pau grande. — Ele riu sem humor. — Porque sim, eu sei que você tem um pau grande, Adán. Do mesmo jeito que você é um armário de um metro e noventa e seis, você foi abençoado embaixo também.— Jeffrey — murmurei, envergonhado.— E daí? — ele continuou, sem me deixar escapar. — O meu também é grande, e eu sou gay. Mas eu não preciso viver como escravo desse mundo mundano.O silêncio que caiu foi cortante. Ele abaixou o tom, mas a firmeza ficou.— Até quando, primo? Você já tem trinta e cinco anos. Quanto tempo mais vai brincar de dominador enquanto foge da pergunta que mais te assombra: o que realmente te preenche?As palavras dele ficaram ecoando, pesando, queimando.E pela primeira vez em anos, eu não tinha resposta.Jeffrey respirou fundo, olhou fixo pra mim e disse:— Primo, vou te dizer uma coisa… depois desse desabafo todo que eu fiz contigo, vou