CAPÍTULO 5

A Manhã Seguinte

O despertador tocou às seis da manhã, e Opal sentiu um aperto no coração. — Do outro lado da cama — o canto onde seu pai costumava deixar as roupas — estava vazio, o silêncio pairava em casa, e não havia nenhum sinal dele.

— Sua garganta se construiu em um nó à medida que ela se levantou rapidamente e foi até a sala, onde o silêncio persistia.

— A garrafa de água permanecia em seu lugar, e a xícara dele estava intacta. — A porta da rua estava fechada, o pai não havia voltado.

— Papai… — murmurou para si mesma, onde você esteve a noite toda?

Seguindo o ritual que tentava manter desde a morte da mãe, Opal começou a arrumar a mesa do café.

— Preparou café fresco, retirou biscoitos da lata e colocou um prato e um copo de suco — um esforço constante, mesmo quando ele não merecia.

— Cada movimento era carregado de nostalgia e esperança, como se, ao preparar aquele café da manhã, ela pudesse trazer seu pai de volta ao que eles haviam sido antes da tragédia.

Estava prestes a pegar a mochila quando ouviu passos na calçada.

— Ao abrir a porta, encontrou Mattia caminhando devagar, exausto.

— Seus olhos estavam inchados, as mãos sujas de produto de limpeza, e suas roupas estavam amassadas e molhadas nos joelhos.

— Ele parecia ter envelhecido em uma única noite.

— Papai… você… você não voltou ontem!

Ele respirou fundo, tentando aparentar orgulho, apesar do estado em que se encontrava.

—Um sorriso fraco tentava despontar em seu rosto, mas sua expressão traía a preocupação que o consumia.

— Eu trabalhei a noite toda, filha.

Opal ficou estática, como se cada palavra dele a atingisse como um relâmpago.

— Você… trabalhando? — A surpresa dela era genuína, uma mistura de incredulidade e temor, o pai sempre tinha falhado em assumir responsabilidades, e essa notícia poderia trazer tanto esperança quanto um novo desencanto.

— Sim, trabalhando ele tentou sorrir, mas o esforço parecia mais um fardo do que um alívio. — Consegui um emprego, vou trabalhar de dia e a noite.

O coração dela se suavizou, mas uma inquietação persistia, como uma balança pendendo entre a esperança e o medo de que ele voltasse a se perder.

— Eu não acredito… — sussurrou, emocionada. — de verdade, papai?

— Sim, minha filha, ele passou a mão pelo rosto, como se quisesse afastar a exaustão e a insegurança que o rodeavam. — Vim agora… vou dormir um pouco… depois voltarei para o trabalho.

Opal deu um passo à frente, o impulso de se aproximar dele surgindo como uma onda de calor em um dia frio.

— Você realmente está trabalhando?

Mattia hesitou, mas decidiu manter a mentira, mesmo com a voz trêmula. — A dúvida em sua mente era como uma tempestade, e ele lutava para se manter à tona.

— Sim, minha filha… estou trabalhando, ela sorriu pela primeira vez em muito tempo, a esperança iluminando seu rosto como um sol nascente após um longo inverno.

— Que bom, papai, ela puxou a cadeira, seus olhos brilhando, o café está pronto, já estou indo. Tome café, e um banho e vá descansar um pouco.

Ele assentiu lentamente, sentando-se com dificuldade, como se cada movimento exigisse um esforço monumental.

— Você… pode me ligar às treze horas? — Para me acordar, preciso estar no trabalho às quatorze, só volto amanhã.

— Claro que ligo, papai. — Ela ajeitou a bolsa no ombro, a determinação crescendo dentro dela. — Mas não esqueça de almoçar.

— E leve seu jantar, tem comida pronta na geladeira, deixei separado.

Mattia mordeu o lábio, sufocado pela culpa que pesava em seu peito, um fardo que parecia impossível de suportar.

— Obrigado… minha filha…

— Tchau, papai, — ela sorriu timidamente, um brilho de esperança substituindo a tristeza, descanse.

E assim, ela saiu para o trabalho, acreditando que seu pai finalmente havia mudado. — Ela quase deixou a blusa cair, a tensão aumentando a cada segundo.

— S-sim, sou eu…

— O senhor Sttorn pediu que, assim que terminar seu expediente na loja, você venha até o Hotel Sttorn, torre executiva, 34º andar.

— Ele já definiu sua função e deseja conversar pessoalmente com você.

Opal piscou inúmeras vezes, nervosa, enquanto seu coração acelerava e a ansiedade a dominava.

— Claro… eu vou sim, muito obrigada.

— Ele estará aguardando. Tenha uma boa tarde.

A ligação caiu, Opal ficou parada no corredor da loja, abraçando a pasta de relatórios e tentando controlar a respiração.

—Atticus Sttorn queria vê-la novamente, e ele já decidiu seu destino, como se os fios de sua vida estivessem sendo puxados por mãos invisíveis.

— Ela se perguntava se isso era um sinal de esperança ou o início do fim; a incerteza em seu coração era palpável, misturando-se com uma letargia que a seguia como sombra, o que ele queria dela?

— E mais importante, o que ela esperava encontrar em sua reunião com ele?

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App