CAPÍTULO 4

Atticus

encerrava a redação de um documento, enquanto Mattia, dominado pelo desespero, entregava sua filha.

—Sem retornar para casa naquela noite, Opal

dormia tranquilamente, convencida de que seu pai havia ido beber novamente.— No entanto, enquanto ela sonhava, Mattia se encontrava de joelhos nos corredores do cassino, esfregando o chão como um homem sem alternativas.

No escritório, Atticus Sttorn, determinava o futuro dos dois.

Após concluir a análise de um relatório investigativo sobre Mattia, Atticus ficou estarrecido ao ler uma passagem que dizia: “Opal Dornel trabalha desde os 14 anos… o pai gastou todo o dinheiro da faculdade… mãe falecida em decorrência de depressão.”

Com um movimento brusco, fechou a pasta, o som ecoando como um tiro. Murmurou para si mesmo: “Filho da puta...”

Em seguida, convocou o chefe de segurança. “Traga Stewart aqui. Agora.”

Minutos depois, um homem apareceu, suando, com o uniforme de faxina ainda úmido. “S-senhor Sttorn...”

A chamada não gerou hesitação; Atticus não ofereceu uma cadeira a Mattia, que transparecia nervosismo. “Você vai assinar algo.”

Mattia hesitou, confuso. “O quê...?”

Atticus abriu um folder e colocou um documento sobre a mesa. “Um contrato de transferência de responsabilidade.”

Mattia engoliu em seco. “Transferência... de quê?”

“Exatamente o que parece,”

respondeu Atticus lentamente, sua calma atingiu Mattia com mais impacto do que gritos. “Você disse que sua filha pagaria sua dívida, correto? Estou aceitando sua proposta, Opal, é minha agora.”

Um frio percorreu a espinha de Mattia. “Minha filha...? O que o senhor vai fazer com ela?…”

Atticus o encarou, impassível. “Não é da sua conta. Você não se preocupou com isso ao entregá-la como um pagamento, como um objeto. Agora, Opal me pertence.”

Diante disso, Mattia caiu de joelhos. “Por favor, Senhor Atticus, eu imploro. Não leve Opal para aquele lugar… Minha filha é... e é virgem, nunca fez nada disso…”

Atticus soltou uma risada amarga. “Agora você se importa com a inocência dela? Onde estava sua preocupação quando esgotou os recursos dela e deixou sua esposa definhar até a morte por sua causa? Depois de entregá-la como pagamento, você perdeu o direito de pedir qualquer coisa!”

Com lágrimas nos olhos, Mattia murmurou: “Eu… não tinha escolha, não tinha dinheiro para pagar…”

“Sempre teve,”

interrompeu Atticus. “Ela poderia ter trabalhado. De acordo com a investigação, ela começou a trabalhar desde cedo, ajudando a mãe, enquanto esbanjava. Você roubou o que era dela, e por suas ações, sua esposa sofreu e morreu.”

Mattia desabou, derrotado. Atticus pegou o papel, entregou uma caneta e afirmou: “Assine logo não há como voltar atrás, Opal me pertence.”

Com mãos trêmulas, Mattia assinou, chorando. Atticus guardou o documento no cofre. “A partir de agora,”

declarou, “Opal vai morar comigo, garantirei que ela tenha comida, estudos, segurança e um futuro. Decidirei onde ela vai, o que fará e com quem se associará.”

Mattia, aterrorizado, perguntou: “E-eu poderei vê-la…?”

Atticus aproximou-se, seus olhos ardendo com desprezo. “Nunca mais você não a procurará, nem ligará, e não aparecerá na minha porta. Se algum dia ela quiser te ver, serei eu a decidir se permito. Para você, não existe mais relacionamento com sua filha.”

Com um pranto incontrolável, Mattia escutou Atticus prosseguir: “E antes que você pense que isso saiu barato… você pagará até os centavos da sua dívida, trabalhando incessantemente. Nada de bebidas ou apostas. Será vigiado 24 horas. Se tentar fugir, eu mesmo irei atrás de você, e você será um homem terminado!”

Com a cabeça baixa, Mattia aceitou, derrotado: “Eu entendo, senhor…”

“Ótimo,”

disse Atticus, ajeitando o terno. “Comece agora; volte para o corredor VIP, o chão não se limpa sozinho.”

Quando Mattia foi retirado da sala, Atticus permaneceu em silêncio, contemplando o cofre onde havia guardado o documento, passou a mão pelos cabelos, irritado com uma sensação indefinida que não sabia explicar. “Agora ela é minha…”

murmurou. “E eu terei que protegê-la até mesmo de você, Stewart.”

Por sua vez, Mattia retornou ao trabalho, ajoelhado, limpando o chão, com lágrimas escorrendo. E Opal… dormindo, alheia ao fato de que seu destino havia sido irrevogavelmente alterado.

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