O silêncio que se seguiu após aquele brinde foi mais ensurdecedor que qualquer grito. Camila olhava para Alexandre e Leonardo como quem observa dois predadores tentando decidir se vão se devorar... ou caçar juntos.
— Se vamos fazer isso, precisamos de regras — disse Leonardo, passando a mão pelo queixo, tenso.
— Regras? — Alexandre arqueou uma sobrancelha, debochado. — A única regra nesse jogo, querido, é não morrer.
Camila se levantou, andando até a janela da cobertura. A vista dos Alpes parecia distante, como se pertencesse a outro mundo — um mundo onde pessoas comuns tinham problemas comuns. Não aquele inferno que agora se descortinava diante dela.
— Não podemos agir como eles — disse, mais para si do que para os outros. — Se nos tornarmos iguais... o que sobra da gente?
Leonardo se aproximou por trás, tocando de leve sua cintura. O contato fez seu corpo estremecer, mas ela não recuou.
— Camila, isso não é mais sobre escolhas certas ou erradas. — Sua voz era baixa, firme. — É sobre