O silêncio dentro do carro era denso, quase sufocante. Camila segurava firme a pasta de documentos sobre o colo, os olhos fixos na paisagem que passava pela janela, embora não enxergasse nada. Sua mente ainda estava presa às palavras lidas, à assinatura de Rodrigo, ao nome que pesava como uma âncora em sua alma. Tudo que acreditava sobre si mesma havia desmoronado de forma cruel e irrevogável.
Leonardo dirigia em silêncio, atento ao trânsito e ao estado dela. Havia algo naquela quietude que o deixava inquieto. Camila não era do tipo que se calava facilmente. Quando ela guardava palavras, era porque o furacão interno estava à beira de se soltar.
— Vamos pra casa? — ele perguntou, finalmente.
Ela não respondeu de imediato. Seus dedos acariciaram a lateral da pasta, como se aquele objeto fosse a única coisa que a ligasse à realidade.
— Não. Vamos para a casa da minha mãe — disse por fim, a voz firme, embora baixa.
— Tem certeza?
— Eu preciso entender o que mais foi escondido de mim. E Le