23. PLANO DE FUGA
Quando Deise retornou para casa, o relógio marcava pouco mais de oito da noite. O ar estava denso, e antes mesmo de cruzar a porta principal, ela já pressentia que algo não estava certo. Assim que seus pés tocaram o mármore da entrada, a voz de Lucas ecoou pelo salão com uma fúria mal disfarçada.
— Onde você estava?!
A forma como ele falou a fez parar por um instante, mas Deise respirou fundo e respondeu com firmeza, sem demonstrar o menor sinal de medo:
— Desde quando sou sua prisioneira, Lucas? Preciso te dar satisfações de onde vou ou deixo de ir?
Num rompante de raiva, ele avançou e a agarrou pelo braço, apertando com força. Seus olhos estavam arregalados, o rosto ruborizado pela ira contida.
— Você sabe muito bem que não pode sair sem mim, Deise. Já conversamos sobre isso!
Ela tentou soltar o braço, mas ele a segurava com força. Ainda assim, ergueu o queixo e, com uma voz firme, disse:
— Me solte agora. E nunca mais ouse me tocar dessa forma! Você não é meu dono!
Ele soltou o bra