O reflexo no espelho devolvia a imagem de uma mulher que, mesmo sem perceber, começava a ocupar um trono que não fora construído para ela — mas que agora parecia sob medida.
O vestido azul petróleo envolvia sua silhueta com uma elegância fluida. Mangas rendadas, gola levemente alta, recortes suaves nas laterais e uma fenda discreta acompanhavam o caminhar com sobriedade. Era sensualidade sem vulgaridade. Poder sem imposição.
O coque baixo expunha o pescoço com suavidade. Nos lóbulos, brincos de ônix negro. A sandália dourada nos pés. Nas mãos, uma pasta preta minimalista. Não havia exageros. Tudo nela era intenção.
Lasmih a observava, sorrindo discretamente.
— Shamsî, o Sheik irá cair aos seus pés ao vê-la.
Isabela sorriu.
— Espero que isso aconteça... Ela piscou para Lasmih, cúmplices de suas intenções.
O carro preto parou em frente ao Palácio de Cristal. A noite em Al-Qadar soprava ventos doces entre colunas de pedra clara. Lanternas suspensas lançavam reflexos âmbar sobre o chão po