A sala respirava no compasso de quem espera um veredito. O vapor do chá de cardamomo já não perfumava; assentava. Elyas permaneceu de pé, um passo atrás da cadeira, como se ancorasse as palavras antes de soltá-las.
— Há uma coisa que eu não contei. — Pousou o olhar em cada um e, por fim, em Zayn. — Eu não trouxe apenas lembranças de Rashalah.
O ar pareceu ficar mais denso.
— Eu trouxe prova. Toda ela. — Não é uma pasta, nem um disco. É uma coisa pequena o suficiente para atravessar fronteiras no silêncio. — Ele tocou o próprio peito com dois dedos e então, sem pressa, apontou para Isabela. — E a prova está aqui.
Zayn endireitou os ombros; os olhos fecharam uma fração, alerta.
— “Aqui”… onde?
Um sorriso curto, que não chegou aos olhos:
— Num microchip. — Disse como quem oferece um copo d’água. — Nele, está tudo: do primeiro passo de Malik na lama até hoje. Trinta e oito anos de transgressões — e de poder sustentado pelo sobrenome Al-Rashid.
Todos permaneceram imóveis.
— Esse chip se au