João estava de pé, em silêncio, ao fundo do salão. O copo de whisky em uma das mãos, o olhar perdido na mulher que brilhava no centro de tudo. Ela sorria, cumprimentava convidados, aceitava brindes, dançava com o filho dele. Alicia. A mulher da Grécia.
A mulher que ele nunca esqueceu.
E agora, ali, diante dos olhos dele, vestida de branco, ela levava o sobrenome da família. O nome dele. E o do filho dele.
João sentia um gosto amargo na boca. Como se tivesse bebido veneno.
Alicia estava linda demais. Linda de uma forma quase cruel. O vestido branco se moldava ao corpo com suavidade, como se tivesse sido feito sob medida apenas para ela — e talvez tivesse. Os cabelos estavam presos de um jeito simples e sofisticado, com algumas mechas soltas emoldurando o rosto que ele conhecia melhor do que deveria. Os olhos dela ainda tinham aquele brilho que o hipnotizou naquela noite distante.
Na Grécia.
Naquela noite, João havia se permitido uma única loucura. Um único deslize. Uma paixão efêmera,