A festa seguia viva, pulsante, como se o salão inteiro dançasse em uma respiração só. Luzes coloridas varriam o ambiente, e o som alto fazia as taças de cristal vibrar levemente sobre as mesas decoradas. Ao fundo, perto do bar, João mantinha sua postura contida, o paletó já aberto, a gravata afrouxada, como se aquela formalidade toda estivesse prestes a desabar, assim como ele.
O copo de whisky já não tinha mais graça. Era o quinto, sexto, — quem contava? — e o líquido escuro descia como se não existisse mais garganta. Era anestesia. Ou tentativa.
Alicia dançava com algumas amigas na pista, rodando o vestido branco com leveza. Mas havia algo naquele rebolado, naquela sensualidade inocente, que fazia João perder o eixo. O vestido, antes angelical, agora era pura provocação. O contraste do branco puro com as curvas dela era uma afronta aos seus sentidos. Ela parecia não saber o que provocava nele. Ou sabia. Talvez soubesse demais.
E então veio Roberto, o dono oficial daquele sorriso, da