Capítulo 11

O relógio marcava pouco mais de três da madrugada quando João acordou mais uma vez com o corpo inteiro em chamas. Estava suado, arfando, a pele fervendo como se tivesse acabado de sair de uma maratona. A mesma cena dos últimos dias — ou melhor, das últimas noites.

O mesmo sonho.

A mesma mulher.

Aquela mulher da Grécia.

Ele fechou os olhos com força, apertando os punhos contra o colchão. Seu corpo estava em desespero. A ereção era dolorida, intensa, pulsando com uma fome que parecia impossível de ser saciada. O lençol estava amarrotado, grudando na pele suada, e a cabeça latejava — e não era de dor, era desejo.

Levantou, respirando fundo. Caminhou até o banheiro no escuro, como se seus pés já soubessem o caminho. Abriu o chuveiro no mais gelado que conseguiu suportar. A água despencou sobre sua cabeça, costas e peito, mas nem assim a rigidez no meio das pernas cedia. Pelo contrário, parecia que o frio só fazia seu corpo reagir ainda mais, como se o instinto quisesse provar que era mais
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