O relógio marcava pouco mais de três da madrugada quando João acordou mais uma vez com o corpo inteiro em chamas. Estava suado, arfando, a pele fervendo como se tivesse acabado de sair de uma maratona. A mesma cena dos últimos dias — ou melhor, das últimas noites.
O mesmo sonho.
A mesma mulher.
Aquela mulher da Grécia.
Ele fechou os olhos com força, apertando os punhos contra o colchão. Seu corpo estava em desespero. A ereção era dolorida, intensa, pulsando com uma fome que parecia impossível de ser saciada. O lençol estava amarrotado, grudando na pele suada, e a cabeça latejava — e não era de dor, era desejo.
Levantou, respirando fundo. Caminhou até o banheiro no escuro, como se seus pés já soubessem o caminho. Abriu o chuveiro no mais gelado que conseguiu suportar. A água despencou sobre sua cabeça, costas e peito, mas nem assim a rigidez no meio das pernas cedia. Pelo contrário, parecia que o frio só fazia seu corpo reagir ainda mais, como se o instinto quisesse provar que era mais