A madrugada estava silenciosa, quebrada apenas pelo som distante da cidade que aos poucos voltava à rotina. No quarto levemente iluminado pela luz do abajur, Alicia se remexeu na cama. Seus olhos se abriram de repente, ofegantes. Estava suada, o corpo quente, o coração acelerado como se tivesse corrido uma maratona.
Ela passou a mão pela testa úmida e tentou se acalmar. Mais uma vez, o sonho. Mais uma vez aquele homem. A pele dela ainda parecia arder onde, no sonho, havia sido tocada. Era como se cada encontro com ele em sua mente deixasse marcas reais.
Roberto se virou, ainda com a voz carregada de sono, mas atento.
— Tudo bem, amor? — perguntou, ao notar a respiração agitada dela. Esticou a mão, tocando seu braço. — Nossa, você tá pingando… Tá passando mal?
Alicia fechou os olhos por um segundo. Ela não queria mentir, mas também não sabia como explicar.
— Estou bem… Foi só um sonho. — tentou amenizar, sua voz um pouco rouca.
— Pesadelo, né? — ele disse com preocupação sincera.