Caíque
O sol já começa a baixar no horizonte, tingindo o céu com tons dourados e alaranjados. O calor do dia cede espaço a uma brisa morna que passeia entre as ruas movimentadas da cidade. Estou sentado no banco atrás do volante do carro, observando as pessoas indo e vindo, enquanto espero a ligação do meu pai com o retorno da reunião que teve com o gerente do banco. Mais um dia resolvendo problemas financeiros da família. E mais um dia tentando organizar o caos que encontrei quando voltei.
Solto o nó da gravata em volta do meu pescoço, quero respirar e parece que está difícil essa simples ação. Passo a mão pelos cabelos, bagunçando-os. Nunca pensei que minha volta fosse me trazer tantas lembranças. Cada esquina dessa cidade parece conter um pedaço da minha história. Algumas, boas. Outras, nem tanto. Quando estou ocupado com trabalho, me distraio um pouco, mas enquanto espero o meu pai, fico dessa forma saudosa observando tudo e relembrando do que não deveria.
Meu olhar vagueia sem co