Gustavo
Estou esperando no pátio da escola, chutando uma pedrinha de um lado para o outro enquanto vejo os outros pais chegarem para buscar seus filhos. Todo mundo já foi embora, e eu começo a ficar preocupado. Será que esqueceram de mim?
Minha mãe e meu pai não me trouxeram para a escola. Precisaram ir no médico. Tio Dan me trouxe e falou que estava tudo bem, então achei que meus pais iam me buscar, né?
Mas ninguém veio ainda. Olho para os lados quando meus últimos amigos vão embora, é quando vejo o tio Daniel vindo em minha direção, com aquele sorriso grande que ele sempre tem. Ele acena para mim, e eu corro para ele.
— E aí, carinha! — ele diz, bagunçando meu cabelo.
— Oi, tio! Cadê a mamãe e o papai? — pergunto, meio desconfiado.
Ele se abaixa na minha frente e coloca as mãos nos meus ombros.
— Tenho uma supernovidade para você! — ele diz, fazendo uma cara misteriosa.
Arqueio as sobrancelhas, curioso.
— O que é?
— Seus pais foram para o hospital porque sua irmãzinha vai nascer!
Me