Caíque
Acordo com um toque leve no meu braço e, no mesmo instante, sinto um aperto no peito. Olho para o lado e vejo Mayara sentada na beira da cama, respirando fundo.
— O que foi? — pergunto, já me sentando em alerta.
— Acho que… — Ela faz uma pausa e segura minha mão com força. — Acho que chegou a hora.
Meu coração dispara. Não sei se estou pronto para esse momento. Na verdade, ninguém está realmente pronto para isso, né? Mas não tem escolha. É agora.
— Tudo bem, tudo bem — digo, tentando manter a calma, mas sinto minha voz trêmula. — Vamos para o hospital.
Levanto rapidamente e ando pela casa, confuso no que devo fazer. Começo a pegar as malas que deixamos prontas há semanas no quarto infantil que decoramos há meses.
— Caíque? — Mayara me chama suavemente. Deixo tudo para trás e corro até ela. Quando me aproximo dela, segura minha mão de novo, e eu percebo que ela está mais calma do que eu. — Vai dar tudo certo, Caíque — ela sussurra, como se precisasse me tranquilizar.
— Claro que