Cap.04

No fundo, senti um doce gosto de vitória. Eu estava realmente decidida a mostrar para o senhor ignorante Ferri, que consigo tomar conta de uma criança de cinco anos, sim. Estou decidida a mostrar que não sou nenhuma "menininha", como ele sempre insinua.

Maurice é lindo e idiota na mesma proporção. "Por que ele tem que ser tão, tão... Ah, melhor deixar para lá..."

— Antes que eu me esqueça, senhora Melinda, que tamanho você veste? — Perguntou me analisando da cabeça aos pés.

— Visto tamanho "M" senhor F...

— Maurice, por favor. — me interrompeu, lembrando-me como quer ser chamado.

"Como sou distraída", já tinha esquecido que ele me pediu para chamá-lo de Maurice.

— Ah, sim. Ok!

— Irei providenciar seu uniforme, acredito que temos o seu tamanho no quarto das babás.

Comentou ele, casualmente, me lançando um olhar faminto.

Por Deus! Meu corpo respondeu imediatamente à voz do meu patrão. Cruzo de imediato minhas pernas para aliviar o formigamento repentino, que me deixou inquieta.

Aquele homem não precisa fazer muito para me causar essas sensações constrangedoras e desconhecidas. Apenas um olhar diferente e eu me estremeço por completo. Enrijeci os ombros, senti vergonha e suponho que ele percebeu, pois, um sorrisinho se formou em seus lábios.

O senhor Ferri poderia sorrir mais. Se ele soubesse o quanto fica mais bonito sorrindo! Seus lábios carnudos, a boca perfeitamente desenhada, formam um conjunto tentação.

— Quarto? — Questionei.

— Sim, todos os nossos empregados têm um quarto para descanso.

Sua voz agora, era tão calma quanto sua respiração.

— Sabe Melinda, não sou tão ruim assim, tenho consciência de que cuidar de uma criança não é tão fácil. Acredito que as babás também precisam de descanso, enquanto as crianças dormem. Não significa que você terá que dormir no trabalho, é só para você descansar, nas horas vagas.

Finalmente senti um pouco de humanidade no meu patrão. Ele parecia tão frio, é a categoria de homem que arranca das mulheres raiva e tesão, em simultâneo. Este homem só pode ser diabólico.

Nos levantamos e saímos do escritório para eu começar a trabalhar. Quando chegamos na sala, avistei uma figurinha muito fofa sentada no sofá, entretida assistindo desenhos. A mesma expressão que vi em seu pai quando conversamos, muito séria a miniatura Ferri.

— MEL! — Sophia correu para me abraçar e seus olhinhos, azuis como o céu, ganharam mais brilho. — Você vai ser minha babá?

Olhei para trás sabendo que seu pai ainda me observava, sim, ele estava logo atrás, em pé com as mãos nos bolsos, mantendo sua postura "superior" de um CEO.

— Sim, eu vou ser sua nova babá! — Abaixei ficando na mesma altura para corresponder seu abraço. 

— Carminha. — Maurice a chamou.

— Sim, Senhor Maurice!

Carminha é a senhora que me recebeu, quando cheguei.

— Leve a Melinda até o quarto da babá para ela vestir o uniforme.

A senhora simpática sorriu e acenou com a cabeça me chamando e eu a segui. Sophia e o pai ficaram sentados no sofá assistindo desenhos.

A casa da Carla é muito bonita por dentro, mas nada se compara a casa dos Ferri. Tudo aqui tem um ar de riqueza, tudo tão branco, nem uma manchinha nas paredes. Passei por uma janela enorme de vidro, enquanto subia as escadas e vi a casa da Carla. Tem uma vista maravilhosa daqui de cima.

— Aqui é seu quarto. No armário tem uniformes que vão servir em você. Vou te deixar à vontade, para se trocar. — Diz Carminha ao sair do quarto, eu apenas agradeci.

Fiquei impressionada com o espaço reservado para uma simples babá. Organizado e com tudo de qualidade. Um banheiro lindo, com toalhas macias, daquelas bem caras, até o chuveiro dos ricos é diferente. A cama é um espetáculo, "que conforto" Abri o armário e peguei o uniforme, uma calça e uma espécie de jaleco de mangas curtas, ambos na cor branca,

"não sabia que para cuidar de filho de rico eu teria que me vestir de enfermeira". Acabei rindo dos meus pensamentos.

Resolvi tomar um banho, suei muito para chegar aqui. Tomei um rápido e maravilhoso banho, me enrolei na toalha e saí do banheiro maravilhada sentindo o frescor e a limpeza em minha pele.

Fiquei imóvel quando vi o senhor Maurice e a Sophia no quarto. "Nossa Senhora das virgens assanhadas me ajude".

— Não imaginei que você estaria no banho. A Sophia insistiu muito para falar com você, ela quer tomar banho de piscina. Espero que não se importe.

Maurice me avisa e logo percebo um olhar safado cheio de cobiça, me analisando de cima a baixo, mas sem perder a postura de "o todo-poderoso".

— Por favor Mel, vamos?

Sophia faz o convite, entusiasmada e dando saltos de alegria. "Que danadinha".

— E... e... eu não tenho roupas de banho aqui.

Gaguejei ao responder, sentindo minhas bochechas pegarem fogo, odeio quando isso acontece!

— Pensei que pudesse tomar um banho, o ônibus não entra aqui e vim andando, suei muito e para colocar esse uniforme eu achei melhor me refrescar.

— Quanto às roupas de banho, não há problema, a Bárbara tem umas bolsas com roupas, ainda com etiquetas para doar. Nelas, tem de tudo, incluindo dois biquínis e um maiô e você pode ficar com tudo se quiser. Quanto ao banho, você pode tomar sim, aliás, deve tomar banho sempre que quiser. E quanto a caminhar até aqui no condomínio, vou providenciar que o motorista te busque diariamente.

Meu chefe falou sem tirar os olhos de mim e das minhas tatuagens em meu braço direito. Tive receio, e se ele supuser que não sirvo para ser babá devido às minhas tatuagens?

— Ok, se as roupas servirem, vamos para a piscina mocinha.

— Oba-oba, piscina com a Mel! Vou deixar você brincar com meus brinquedos.

Diz super animada, ela é mesmo uma criança encantadora!

— Ótimo, vou providenciar as roupas para você, Linda. Ah! Gostei das tatuagens.

O senhor Deus grego e gostoso Maurice, me diz isso e pisca um olho, antes de sair do quarto. Só não molhei a calcinha por estar sem nenhuma no momento.

O efeito que esse homem causa em mim, é desconhecido, me amedronta, por saber que é errado. É constrangedor, mas é uma tentação de homem.

Segunda vez que ele diz "Linda". Senti todos os músculos, abaixo do meu umbigo, se contraírem. Será que é normal uma virgem sentir isso? Dizem que é pecado cobiçar a mulher do próximo, será que essa regra vale para os homens, também? "

Ouço batidas na porta, Carminha entra com seis sacolas de lojas de grife nas mãos.

— Meu Deus, tudo isso? — Ela sorriu e colocou as sacolas em cima da cama.

— Aproveite Melinda, ficarão lindas em você, a senhora Bárbara compra coisas que nem usa, ganha muitas coisas dessas lojas caras, também vive separando roupas ainda com etiquetas para doar.

— Obrigada, Carminha!

Senti-me eufórica, queria ver tudo, mas tive que me apressar.

Abri a sacola com os biquínis e quase caí dura com o maiô, coisa fina mesmo! Era branco, tomara que caia, tinha um franzido nos bojos presos por uma argola prata, com uma fita para colocar na argola e prender no pescoço, mas era opcional. Achei mais comportado usá-la, tinha um camisão estampado num tom azul Tiffany, muito lindo!

Olhei no espelho e gostei muito da composição, acredito que fiquei com cara de rica. E antes que eu esqueça, retiro a etiqueta e quando a puxei, quase caí dura com o valor, quase mil e trezentos reais o maiô e quase mil reais o camisão, put4 que pariu! Somando as duas peças, custam quase meu salário.

"Esses ricos não podem comprar coisas menos absurdamente caras"?

— Mel, vamos logo! Estou pronta, vamos brincar na piscina!

— Estou indo, Sophia e também estou pronta.

Desci as escadas e mais uma vez dou de cara com aquele monumento, ele estava apenas de sunga.

Merda, dez mil vezes... Não estava preparada para esse impacto, com certeza meu queixo caiu e eu fiquei com uma expressão boba. Ele sorriu, sem tirar os olhos de mim.

Que corpo lindo! Esse homem é o cúmulo da perfeição muito bem distribuído em 1,90 de altura. Faltou-me o ar.

— Ficou ótimo em você, Linda, vamos? — Seus olhos passearam por todo o meu corpo.

Esse diabo é mesmo perfeito!

— Eu ia arrumar a Sophia.

Fiquei mal por não ter feito o meu trabalho, pois a menina já havia me avisado que estava pronta.

— Não se preocupe, a Carminha a vestiu enquanto você se arrumava.

— Sim. — Desfiz o contato visual. — Vou agradecer a ela. Sophia, vamos brincar?

— Êee, vamos! — Sophia responde agitada e já entrando na piscina.

— Calma princesa!

Tirei o camisão e rapidamente senti os olhos do meu patrão queimarem minha pele como brasas! Queria entender o que acontece com o meu corpo quando ele está por perto. Tenho certeza que ruborizei no mesmo instante.

Desci cuidadosamente os degraus da piscina, aprofundando meu corpo na água fria.

Maurice colocou Sophia em sua boia de unicórnio, ela estava muito animada para começar sua brincadeira favorita, o vôlei de piscina.

Formamos um triângulo, meu patrão ficou ao meu lado, com uma distância de um pouco mais de um metro entre nós. A garotinha ficou a nossa frente, esperando seu pai jogar a bola.

— J**a papai. — Sosô estava ansiosa com a brincadeira por começar.

A pequena é muito esperta, rebateu a bola em minha direção com rapidez e eficiência, joguei para Maurice de volta e ele segurou a bola e riu do meu péssimo arremesso. Dei de ombros.

— Ah! Nem todo mundo sabe jogar vôlei.

Minha altura não me permite ficar com o mesmo tanto do corpo para fora da água, estamos na parte rasa da piscina, mas por eu não ser muito alta, se torna fundo e dificulta os arremessos.

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