O café da manhã sempre começava do mesmo jeito.
Aria sentada na cadeira alta, o ursinho apoiado ao lado do prato. Suco de laranja em um copo pequeno. Pão cortado em pedaços exatos. Tudo organizado, tudo previsível. Dominic gostava disso. A rotina dava a falsa sensação de controle.
Mas naquela manhã… algo estava errado.
Dominic entrou na sala ainda ajustando o relógio, o celular vibrando com notificações que ele ignorou em semanas. Sentou-se à mesa e olhou em volta, distraído.
— Bom dia — disse, esperando a resposta automática.
Ela não veio.
Ele franziu levemente a testa e olhou para o lado, para o lugar onde Lia sempre ficava. Vazio. A cadeira empurrada para dentro da mesa, como se ninguém tivesse se sentado ali.
Dominic sentiu um incômodo estranho no peito.
— A Lia ainda não desceu? — perguntou a Charles, sem levantar a voz.
Charles hesitou.
— Não, senhor.
Dominic assentiu, tentando não dar importância. Pegou a xícara de café, deu um gole… e fez uma careta leve.
— Está diferente — co