A decisão não veio como um grito.
Veio como um cansaço profundo.
Lia passou o dia inteiro funcionando no automático. Preparou as refeições, brincou com Aria, sorriu quando precisava sorrir. Mas por dentro, algo já tinha se fechado. Não era raiva. Não era drama. Era a sensação exata de que, se ficasse mais um dia, perderia a si mesma.
Dominic não apareceu para o jantar.
De novo.
Aria perguntou por ele duas vezes. Na terceira, não perguntou mais. Apenas abraçou o ursinho e encostou a cabeça no ombro de Lia, em silêncio. Aquilo partiu algo que Lia não conseguiria colar depois.
Naquela noite, quando colocou Aria na cama, Lia demorou mais do que o normal. Sentou-se ao lado dela, acariciando seus cabelos com cuidado, como se estivesse tentando gravar cada detalhe.
— Dorme bem, meu amor — sussurrou.
Aria abriu os olhos sonolentos.
— Lia… fica?
O coração de Lia apertou com força.
— Eu sempre fico enquanto você dorme — respondeu, controlando a voz.
Aria assentiu e fechou os olhos novamente.
Li