A manhã seguinte parecia tranquila… demais.
Dominic saiu cedo, deixando apenas uma mensagem curta para Lia:
“Reunião externa. Volto no almoço. Deixe Aria comigo esta tarde.”
Era uma frase comum. Profissional. Controlada.
Mas Lia a leu como se houvesse algo por trás dela — um pedido, uma promessa, um eu preciso estar perto de vocês que ele não ousava escrever.
Aria acordou bem-disposta. Depois das palavras dos últimos dias, a menina parecia crescer um centímetro por dentro a cada manhã. Lia a ajudou a escolher um vestido leve e foi com ela até a cozinha, onde prepararam juntas panquecas tortas que deixaram a bancada lambuzada. Aria apontava para tudo — “ovo”, “leite”, “fogo” — as palavras saindo quebradas, mas reais.
Vivas.
Lia anotava cada uma na mente com uma emoção que doía de tão bonita.
Por volta das onze, a porta da frente abriu.
Aria levantou a cabeça rápido, como se esperasse aquele som.
Dominic entrou.
Sem terno.
Sem pasta.
Sem a habitual aura de aço.
Vestia jeans escuros e um