Diana
Carol abriu a porta ainda com o cabelo preso num coque torto e a camiseta larga de banda que eu dei pra ela no nosso primeiro ano de amizade. O cheiro de café recém-passado veio junto com o sorriso.
— E aí, amiga? — ela perguntou, os olhos varrendo meu rosto de cima a baixo como quem escaneia um raio-X. — Ocorreu tudo bem?
— Sim — respondi, forçando o canto da boca a subir. — Quer dizer… tão bem quanto poderia.
Ela só assentiu, abriu mais a porta e me puxou pelo pulso até a sala. Quando a porta do apartamento se fechou atrás de mim, senti o peso que eu vinha equilibrando nas costas perder força. Meu corpo afundou no sofá como se ele fosse feito de água morna.
— Senta. — Carol me empurrou uma almofada nas mãos. — Respira. Quer café? Chá? Um abraço?
— Todos os três, por favor — brinquei, com a voz arranhada.
Ela riu baixinho, foi até a cozinha e voltou com duas canecas fumegantes. Me entregou uma, sentou de pernas cruzadas de frente pra mim e ficou em silêncio por um segundo, pres