Diana
O interfone tocou e meu estômago virou. De novo. Já era a quinta vez que eu ensaiava o que ia dizer, e nenhuma das versões parecia menos cruel. Respirei fundo e atendi.
— Suba, Daniel.
Minutos depois, ele bateu na porta. Quando abri, quase dei um passo pra trás: ele tava com um buquê enorme de flores, sorrindo como um golden retriever apaixonado.
— Pra você! — ele disse, empolgado, como se fosse me pedir em casamento ali mesmo.
Sorri, mas já com aquela vontade de desaparecer do planeta.
— Obrigada, Dani… são lindas.
Ele entrou como se fosse o dono do meu sofá. Tirou os sapatos, jogou a mochila no canto e disse:
— Tava pensando da gente assistir aquele filme que você comentou! Fiz até uma lista de petiscos saudáveis, olha só…
E sacou do bolso uma listinha dobrada. Meu Deus. Eu queria morrer.
— Daniel… — interrompi, já com o coração na boca. — A gente precisa conversar.
Ele congelou no lugar, ainda segurando a listinha dos malditos petiscos.
— Conversar? Sobre o quê?
— Sobre nós d