Diana

Eu estava sentada na cama, as costas apoiadas no encosto, o quarto meio penumbra, e a respiração ainda tentando achar um ritmo depois do sonho. O lençol úmido colava no meu joelho — nem percebi quando as lágrimas caíram ali. Ethan se sentou ao meu lado sem dizer nada no começo, só colocou a mão na minha nuca e passou o polegar atrás da minha orelha, num carinho que sempre me desmonta. Tentei falar, a voz veio falhando.

— Eu sei que a culpa é minha — sussurrei, e outra lágrima escorreu antes de eu conseguir impedir.

Ele respirou fundo, a mão ainda em mim.

— Amor, isso não faz sentido. Você foi atropelada. Como isso poderia ser culpa sua?

Fechei os olhos. O silêncio entre nós pareceu crescer, cheio de coisas que eu vinha empurrando pra baixo há anos.

— Porque… — engoli em seco. — Porque eu acho que estou pagando por algo. Por escolhas que fiz. Por ter sido covarde, talvez. Ou… — procurei as palavras como quem procura ar — por ter errado com outra mulher.

Senti o corpo dele ficar a