༺ Amara Wild ༻
Não tive coragem de bater na porta do Cal. Sabia que os quatro estavam à minha procura e que, se eu aparecesse ali, o risco de ser encontrada aumentaria. Minhas pernas seguiram sem rumo até o meio da praça.
Caminhei devagar, observando o chão de pedras gastas, as árvores que me lembravam noites frias, e a ironia caiu sobre mim como um peso: eu tinha fugido das ruas e, no fim, estava de volta a elas.
Parei diante de uma árvore enorme, de copa larga. Encostei no tronco e deslizei até o chão. Abracei minha mochila contra o peito, encolhida como uma criança perdida.
Pode parecer dramático, mas não tinha forças para buscar hotel, pousada ou qualquer canto seguro. Uma parte de mim murmurava que meu lugar sempre fora esse: as ruas que nunca me deram descanso.
O vento começou a cortar. Estava escurecendo rápido. Meu estômago roncava, pedindo comida, mas a dor de cabeça me fazia ignorar. A mente girava em círculos: fuga, medo, gravidez, os quatro.
Tentei pensar em soluções, mas