༺ Domenico Beltron ༻
O copo de cristal girava devagar entre meus dedos, o âmbar do uísque refletindo a luz baixa da sala de estar. Um gole queimava a garganta enquanto observava Luca enterrado no telefone, provavelmente resolvendo algo do trabalho ou fingindo que trabalhava.
Enzo, ao meu lado, também tinha uma dose servida, porém mantinha a calma habitual, aquele jeito mais analítico. Já Pietro não parava quieto, batendo o pé no chão como um tambor descompassado, olhos fixos na porta como se esperasse uma invasão.
— Vocês parecem inquietos. — comentei, quebrando o silêncio preguiçoso.
Pietro bufou, cruzando os braços.
— E como não ficar? A vovó não larga da Amara. Vive arrastando-a para todo canto. Eu não gosto que ela saia muito.
Enzo ergueu as sobrancelhas e rebateu de imediato:
— É saudável, Pietro. Caminhar, distrair a cabeça, faz bem. Você conhece a vovó, quando o assunto é saúde, ninguém segura.
Luca levantou os olhos do telefone, rindo com ironia.
— Saúde, tudo bem… mas e o nos